Roer as unhas pode ser um transtorno..
Se você já está "se roendo" de curiosidade para saber o que poderei esclarecer sobre um hábito que lhe persegue há tempos, contenha-se. Segundo especialistas, roer as unhas é uma manifestação de ansiedade. Mas há casos em que a onicofagia -nome científico para o hábito de roer unhas- é apenas um reflexo condicionado, como passar a mão no cabelo ou coçar o nariz de tempos em tempos. "Nem todo mundo que rói unha sofre de ansiedade, assim como nem todo ansioso rói unha".
O limite entre a normalidade e a patologia não é fácil de delimitar. O primeiro sintoma está nas próprias unhas. "Para que a onicofagia seja considerada doença, a pessoa precisa necessariamente roer todas as unhas, sem distinção.
A gravidade varia conforme a consequência do ato de roer. "Alguém que rói as unhas até machucar a carne, provocando sangramentos e inflamações, é diferente daquele que rói uma ou outra unha como atividade distrativa.
Segundo os médicos, os casos de onicofagia começam a ser notados a partir dos três anos de idade. A incidência aumenta um pouco entre os sete e os dez anos e sobe consideravelmente entre dez e 18.
"Aos 18 anos, eu estava prestes a ganhar meu primeiro carro. Fiquei tão ansioso na época que comecei a roer as unhas", . O que parecia resposta a uma ansiedade momentânea virou um hábito. "Costumo roer durante o dia. À noite passo a lixa para igualar. Mas não sou do tipo que que rói até a carne", diz.
As crianças podem tentar imitar os mais velhos. A técnica em imagens laboratoriais Nádia Pina Rodrigues, 29, tem de se policiar diante da filha. "Ela me chama a atenção quando me vê com o dedo na boca", diz. Motivada, Nádia completou quatro meses sem comer as unhas. "Mas tenho de fazê-las toda semana. Do contrário, não resisto."
Roer as unhas pode ser a segunda etapa de um processo. A estudante Lilian Figueira dos Santos, 16, adquiriu o hábito de morder a ponta do cabelo. "Quando estava impaciente ou sem nada para fazer, vivia comendo as pontas do cabelo, depois passei a roer unhas e hoje não consigo me controlar", diz ela.
Casos de onicofagia associados a ansiedade são atenuados com técnicas de relaxamento. "Exercícios de respiração, por exemplo, são ótimos porque podem ser praticados em qualquer hora ou lugar.
Mas há pessoas que podem precisar tomar medicamentos ou associá-los a outras terapias, como a cognitiva. "A idéia é ajudar a pessoa a identificar e a desconstruir pensamentos disfuncionais".